sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Ilusões para viver a realidade


Quando dei por mim já estava longe de casa e minha única opção era olhar para frente e continuar seguindo para... É, também acabei lembrando que não tinha destino certo. Resolvi então olhar para a imensidão que se estendia diante de mim e tive mais certeza que aquilo realmente era algo novo e eu não estava preparada. Na verdade fiquei assustada quando percebi que meu caminho se compunha de asfalto e o que pairava sobre minha cabeça era o teto do carro. Troquei o ar-condicionado pelo vento no rosto, quem sabe assim me sentiria mais à vontade. E funcionou. No começo era só uma brisa urgente até que foi ficando cada vez mais veloz e percebi que nas margens da estrada havia verde. O cheiro de mato pós chuva calma era o mais purificante para mim seja qual fosse a situação. Comecei a ver o lado bom das coisas, talvez porque sentia aquele aroma e outros que eram inconfundíveis para mim como cheiro de chocolate, do meu perfume preferido, música boa, cama quente em noite fria, cappuccino com livro em tarde chuvosa, abraço recheado de saudade... Era tudo psicológico, mas se tornava real para mim porque me aquilo me dava forças para seguir em frente. E assim fui eu tentando sobreviver naquele mundo tão conhecido, mas tão novo.

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